Durante os últimos 25 anos, Franz Ruppert dedicou muito do seu
trabalho a uma melhor compreensão da psique humana e das
consequências que o psicotrauma tem sobre os seres humanos e as suas
relações.

Com base em teorias já estabelecidas, bem como na sua própria
investigação, e através de muitas sessões de terapia tanto individuais
como de grupo, desenvolveu a Teoria e Terapia do Psicotrauma
Orientadas para a Identidade – IoPT- (Identity oriented Psicotrauma
theory and therapy). Na prática este método realiza-se através de um
Encontro Consigo Mesmo (ECM), que tem o seu ponto de partida numa
frase de intenção expressa pela pessoa que se está a trabalhar.

Diferenciando-se de outras metodologias terapêuticas nas quais se
trabalha o sistema familiar, o método IopT toma como única referência o
próprio indivíduo e a sua biografia do trauma. Por conseguinte, o nosso
Eu é o foco central da terapia. E a questão coloca-se: quem sou Eu?
Como é que o meu Eu se desenvolve? O que é que está a bloquear o seu
desenvolvimento? E como é que o trauma o afecta? Qual é a diferença
entre uma identidade saudável e formas destrutivas de identificação?

Para que ocorram mudanças duradouras e sustentáveis, são necessárias
decisões deliberadas. Ao trabalhar com o Método da Intenção, a vontade
também desempenha um papel muito importante. E as perguntas
continuam...Como se desenvolve a nossa vontade? O que promove e o
que impede a sua evolução? Como é que as experiências traumáticas
influenciam a formação de uma vontade humana livre? Com quem quero
ter uma relação? Qual é o trabalho que eu realmente gosto de fazer? O
que está por trás dos sintomas do meu corpo?

Estas questões relativas à nossa identidade e à nossa própria vontade
são de importância central para a nossa vida quotidiana. Como podemos
viver em relações íntimas, e em maiores unidades sociais, e em formas
construtivas de amor, e manter-nos saudáveis? O que pode tornar o
desenvolvimento de uma Identidade saudável tão difícil? Que impacto
têm as experiências com mães e pais traumatizados? Como é que o
trauma do amor, o trauma precoce e a dinâmica de vítima-agressor se
formam e dividem a nossa psique? E que opções estão disponíveis para
superar as divisões na nossa psique?

É este assim um caminho de volta ao nosso ser mais autêntico onde
recuperamos a dignidade e integridade, amando-nos em primeiro lugar
e expandindo esse estado às relações com o outro e com o mundo.